Antônio Frederico de Castro Alves, mais conhecido por Castro Alves. Nasceu em Curralinho na Bahia.
Quando adulto foi para Recife estudar Direito. Lá, iniciou um romance com a atriz portuguesa Eugênia Câmara, e onde percebe os primeiros sintomas da tuberculose.
Com a reprovação para ingressar na Faculdade de Direito, passou a dedicar-se mais à poesia do que aos estudos. Abandona definitivamente o Recife e vai para Salvador, onde é encenada a peça "Gonzaga" ou "Revolução de Minas" de sua autoria.
Muda-se para São Paulo acompanhado de Eugênia Câmara e do amigo Ruy Barbosa, com quem fundou uma sociedade abolicionista, e matricula-se no terceiro ano da Faculdade de Direito do largo São Francisco, onde declama pela primeira vez o poema "Navio Negreiro".
É abandonado por Eugênia e durante uma caçada, fere acidentalmente o pé com uma arma de fogo levando-o a amputação do pé e com isso sua tuberculose agrava-se e o poeta vai para a Bahia, falecendo em 6 de julho de 1871 com 24 anos.
Uma de suas poesias.
A Duas Flores
São duas flores unidas,
São duas rosas nascidas
Talvez do mesmo arrebol,
Vivendo no mesmo galho,
Da mesma gota de orvalho,
Do mesmo raio de sol.
São duas flores unidas,
São duas rosas nascidas
Talvez do mesmo arrebol,
Vivendo no mesmo galho,
Da mesma gota de orvalho,
Do mesmo raio de sol.
Unidas, bem como as penas
Das duas asas pequenas
De um passarinho do céu...
Como um casal de rolinhas,
Como a tribo de andorinhas
Da tarde no frouxo véu.
Das duas asas pequenas
De um passarinho do céu...
Como um casal de rolinhas,
Como a tribo de andorinhas
Da tarde no frouxo véu.
Unidas, bem como os prantos,
Que em parelha descem tantos
Das profundezas do olhar...
Como o suspiro e o desgosto,
Como as covinhas do rosto,
Como as estrelas do mar.
Que em parelha descem tantos
Das profundezas do olhar...
Como o suspiro e o desgosto,
Como as covinhas do rosto,
Como as estrelas do mar.
Unidas...Ai quem pudera
Numa eterna primavera
Viver, qual vive esta flor.
Juntar as rodas da vida,
Na rama verde e florida,
Viver, qual vive esta flor.
Juntar as rodas da vida,
Na rama verde e florida,
Na verde rama do amor!
Castro Alves
Castro Alves
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